domingo, 11 de abril de 2010

Acalanto para Gabriel


“os anjos não avisam quando vão chegar,
eles simplesmente aparecem”

Acorda Gabriel e vem ver o sol nascer
ver a vida despertar nesse lindo amanhecer
já estou contando as horas
Para ver você crescer, pra te colocar no colo
e te ver adormecer

Cantar pra você uma canção
Que fale de amor e esperança
E que diga que a vida é um sonho lindo de se viver

Olhar nos teus olhos e descobrir
a criança que já não existe em mim
agora sorrindo, chorando e brincando com você

A vida vai ser doce como mel
quando olharmos para o céu
Eu, você e Gabriel (Gabriel is in my heart, is in my eyes)

O amor quando é puro ele é pra sempre Teremos a vida inteira pela frente
Tuca, Lú e Gabriel (there are places I’ll remember all my life)

A vida vai ser doce como mel quando olharmos para o céu
eu, você e Gabriel (beautiful, beautiful, beautiful, beautiful boy)

O amor quando é puro ele é pra sempre
teremos a vida inteira pela frente
Tuca, Lú e Gabriel

E quando a noite cai olho pro céu,
Peço a Deus pra abençoar
a vida de Gabriel

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Vasculhando o baú do passado encontrei esses dois poemas escritos pelo meu pai , conservei o original , batido a máquina.


Para você M..................

Sombra errante

Sem que saibas, de longe vou seguindo
Teu vulto na esperança de abrandar
Esta saudade o meu tormento infindo
Que nasceu na loucura de te amar

Se deste afeto agora vens fugindo
E se agora me negas teu olhar
Por que no amor, que já sabias findo
Outrora me fizeste acreditar?

Por quê?Se esta amargura de pediste
Iria acompanhar-me todo instante
Que ainda tivesse de passar sem ver-te

Por quê? se o mais cruel pesar constante
Seria internamente em vão querer-te
E teu vulto seguir qual sombra errante?
Por que não és como a saudade?


Sinto, na minha vida merencória
Uma saudade dúlcida envolvente
De alguém que ainda trago na memória
Que vem do passado ao meu presente

Alguém que me foi tudo: minha glória,
Meu sonho bom, meu céu, meu sol nascente:
Toda a minha alegria transitória
Toda a minha tristeza permanente

Não me abandona esta saudade antiga
Dia e noite em meu peito permanece
Cada instante que passa, mais amiga

Amor que me recusa e que me invade
Por que não pensas em quem não te esquece,
Por quenão és assim como a saudade ?

Arthur.

sábado, 3 de abril de 2010


A CASA

Vocês souberam? Eles vão demolir a casa,
Vão enterrar com ela todos os sonhos,
Alegrias e tristezas que um dia ali habitaram.
Agora só ouviremos os fantasmas de um tempo que não mais voltará

Os risos, a música, as crianças correndo pelo jardim
As conversas varando as madrugada que pareciam sem fim
“menino, cuidado com essa bola nas plantas.” Era minha vó Nina que gritava
“Arthurzinho a comida tá na mesa” era minha mãe que falava

Meu avô Alonso com suas sandálias arrastando
As festas de Natal e ano novo e os violões tocando,
A arvore de natal e a lapinha, os quebra-panelas, o cheiro da pamonha de D. Nina
O são João com a fogueira queimando em plena festa junina.

Vozes e sorrisos por toda eternidade ecoarão
E viverão para sempre dentro de meu coração
No lugar, outro posto de gasolina para modernizar a “Chã”
Tudo em nome do progresso, afinal todos se rendem ao “pouvoir de l'argent”

Um dia já bem velhinho em companhia de meu neto
Que por um instante naquele posto decide parar
Pela janela do carro parado ficarei a contemplar
E com a voz embargada e tristeza no olhar
Direi ao frentista que insiste em me fitar,

Tá vendo esse posto meu filho,
Aqui um dia havia uma casa
Aqui eu fui muito feliz,
Aqui mesmo nesse lugar.